Não é pra ninguém

O que poderia gostar agora é algo que eu goste, não que eu force, deixa ser você mesmo. A questão é que não quero pensar que é eu sozinha que baila na cozinha fritando ovo, ou fala com o vento achando que ele vai me dar a resposta, colocar uma roupa e achar que ela vai mudar o teu dia, que não é só eu que tem mania de achar tudo muito estranho e fazer análise de todas as bizarrices normais dos humanos. Eu apenas queria que alguém sentasse comigo e falasse do guarda-chuva amarelo e fosse comigo pra padaria com ele comprar pão-de-queijo, ou simplesmente assistir o pôr do sol, como se vê o seu filme favorito com a pessoa que você ama. A questão é que "não é pra ninguém", de dois sentidos. Não é pra gostar de mim um pouco e nem muito, estraga o que é bonito: o tempo, o gradual, o parcial ao completo. Deus ainda não enviou-me alguém de presente para que eu não possa ter medo de me molhar na chuva achando que a pessoa que estiver do meu lado me ache louquinha da silva, ou que se preocupe com a franja que acabou de alisar por 20 minutos na chapinha, apenas não ter medo de ser quem é, e não falar com o teto ou com as amigas paredes do que você quer e do que quer falar. Também, quem poderia ouvir as mesmas músicas chatas que dão sono, comigo? Não é pra ninguém as minhas falas sem respostas, e também não é pra ninguém este texto que envio agora. Talvez seja pra alguém que vai ler futuramente, e vai se identificar, mas está longe deste dia chegar, pois sei que nem metade disso se faz as pessoas que conheço hoje. Na verdade, não é pra ser de ninguém, é pra ser pra mim.


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